Entre os dias 05 e 08 de junho, por meio do Comitê do Nordeste, a Aliança organizou visita à Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), na cidade de Montenegro-RS. A delegação, composta por 14 pessoas, contou com a participação de produtores familiares e técnicos agrícolas de duas cooperativas do Nordeste (Coopealnor e Cooperinn) e com representantes da CONTAG, das Federações FETAG-Ba e FETASE e da Repórter Brasil.
Fundada em 1994, a Ecocitrus nasceu do desejo de 15 agricultores familiares de produzir alimentos de modo saudável e livres de agrotóxicos. Atualmente, com cerca de 120 associados, a Ecocitrus é considerada uma referência nacional e internacional em cooperativismo e em citricultura orgânica.
No primeiro dia de atividade, o sócio-fundador e secretário da Ecocitrus, Renato Schommer, acompanhou o grupo em visita à fábrica de sucos e óleos essenciais da cooperativa. Ao final da visita, Renato contou sobre a história da Ecocitrus, seus principais desafios e aprendizados, sua estrutura organizacional e seu modelo de negócio.
Após a troca, regada a um maravilhoso suco de bergamota, o grupo seguiu em direção à Usina de Compostagem da cooperativa. Criada para suprir a demanda interna por insumos orgânicos, ao longo dos anos a Usina tornou-se uma solução de economia circular para a cooperativa e para toda a região, realizando o tratamento de resíduos agrossilvopastoris de empresas do setor alimentício e prodizindo biofertilizantes e compostos orgânicos para distribuição gratuita aos associados. A visita foi conduzida pelo sócio-fundador da cooperativa e diretor da Usina, Albari Pedroso, que falou sobre o histórico da Usina, suas inovações e pioneirismo e explicou sobre as técnicas necessárias para iniciar uma produção de bioinsumos.
No segundo dia de atividades, o grupo foi guiado pelo sócio-fundador e atual presidente da cooperativa, Pedro Schneider, para conhecer a produção agroecológica de Ricardo Schommer e a produção agroflorestal de Inácio Rohr (a agroflorestal do Inacinho). Ambos também sócio fundadores da cooperativa. A troca de experiências sobre técnicas de manejo, poda, colheita, enriquecimento do solo e iluminação, contribuiu para que os agricultores do Nordeste saíssem com um novo olhar sobre as possibilidades do cultivo orgânico. De acordo com os produtores, quando eles começaram, não havia conhecimento constituído sobre produção agroecológica. Eles aprenderam com observação, experimentação e troca de experiências entre os cooperados. Agora, que “o caminho das pedras” já está traçado e o conhecimento consolidado, é mais fácil começar. Para Pedro Schneider, o principal desafio dos associados foi a mudança de perspectiva sobre as pragas na produção: em vez de combate-las, o produtor de alimentos orgânicos tem que aprender a conviver em equilíbrio com elas, fortalecendo solo e nutrindo as plantas.
No último dia de atividades, o grupo realizou o encontro presencial do Comitê do Nordeste durante o dia e, à noite, participou da assembleia de associados da Ecocitrus. Houve uma intensa troca entre os grupos, seus interesses, dificuldades e aprendizados sobre a produção orgânica. A coordenadora da Aliança, Tássia Carvalho, falou sobre a iniciativa e seus propósitos e o coordenador do Comitê do Nordeste, Carlos Eduardo, convidou os produtores a conhecer a citricultura na região, como forma de retribuir a recepção e de intensificar o intercâmbio. A secretária de políticas agrícolas da CONTAG, Vânia Marques Pinto, falou sobre a missão da Aliança à Alemanha, ocorrida em fevereiro de 2023, que contou com a participação do secretário da Ecocitrus, Renato Schommer e sobre a atuação da CONTAG junto ao governo para garantir políticas públicas e financiamento voltados para pequenos produtores orgânicos.
